Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem enfrentado uma sucessão de crises que marcaram profundamente a vida dos gaúchos. A pandemia de COVID-19 trouxe um impacto devastador, tanto na saúde quanto na economia. Milhares de vidas foram perdidas, empresas fecharam suas portas, e a população vivenciou um período de incertezas, isolamento e luto. A pandemia testou nossa capacidade de adaptação e nos lembrou da importância de sistemas de saúde e assistência social robustos.
Em meio à recuperação da pandemia, nosso estado foi atingido por outra onda de tragédias. As enchentes, cada vez mais intensas, arrasaram comunidades inteiras. As imagens de ruas alagadas, casas destruídas e famílias desabrigadas se repetiram ano após ano. Apesar dos esforços dos órgãos de defesa civil e das doações solidárias de outros estados, a sensação de vulnerabilidade cresceu entre os gaúchos. Os prejuízos econômicos dessas enchentes foram severos, afetando principalmente pequenos produtores e comerciantes locais, que já enfrentavam dificuldades por causa da pandemia.
As secas, por outro lado, impuseram um desafio ainda maior ao agronegócio, motor econômico do estado. Municípios do norte e noroeste viram suas colheitas de soja, milho e arroz minguarem drasticamente, o que comprometeu a renda de milhares de famílias. A falta de chuva e o agravamento das condições climáticas estão entre os principais fatores que colocaram em risco a segurança alimentar e a estabilidade econômica do Rio Grande do Sul.
Além das catástrofes naturais, a perda de jovens em tragédias tem sido uma ferida aberta no coração do nosso estado. O caso da boate Kiss, ocorrido em Santa Maria em 2013, ainda ressoa na memória de todos, relembrando a importância de segurança e prevenção. Nos últimos anos, novos incidentes envolvendo jovens em desastres têm ecoado esse sentimento de perda e desamparo, como o acidente dos atletas de Pelotas.
Esses tempos de dificuldades evidenciaram a força do povo gaúcho. Somos um Estado de gente resiliente, que se une nas adversidades e que, mesmo com tantas perdas, continua a lutar pela recuperação e pela esperança de dias melhores.
Ser gaúcho é ser forte. É enfrentar de peito aberto as tempestades que a vida traz, sabendo que a cada desafio superado, nossa determinação se renova. É resistir, lutar e, acima de tudo, nunca perder a esperança de que dias melhores virão.
Jeronimo Goergen
Advogado