Quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Concerto da Ospa celebra Bicentenário da Imigração Alemã no RS

Ospa executou obras de Brahms, Strauss e Beethoven, todos compositores alemães. Foto: Maurício Tonetto/Secom

A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) realizou um concerto na noite de sexta-feira (26), no Teatro São Pedro, como parte das comemorações do Bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul. Com um programa exclusivo de compositores alemães e sob a regência do maestro Evandro Matté, a apresentação contou com a presença do governador Eduardo Leite, além de autoridades e delegações alemãs. A ocasião também marcou a reabertura da Casa da Ospa, que esteve fechada por três meses devido aos efeitos de uma enchente.

Antes do início do concerto, o governador Eduardo Leite discursou, ressaltando a importância do marco histórico e a contribuição dos imigrantes alemães para o estado. “Hoje, a Ospa nos brinda com um concerto extraordinário para celebrar os 200 anos da imigração alemã. Os alemães que aqui chegaram deixaram uma herança de trabalho, resiliência e um rico legado cultural que se entrelaçou com a identidade gaúcha”, afirmou Leite, destacando a força de superação dos imigrantes como inspiração para os desafios contemporâneos.

O concerto teve início com a execução da “Abertura Festival Acadêmico, Op. 80”, de Johannes Brahms. Em seguida, o oboísta alemão Christoph Hartmann, da Orquestra Filarmônica de Berlim, emocionou a plateia com o “Concerto para Oboé e Pequena Orquestra”, de Richard Strauss. Hartmann, que declarou seu amor pela obra de Strauss, foi um dos destaques da noite. A segunda parte da apresentação foi dedicada à “Sinfonia nº 7”, de Ludwig van Beethoven.

Maestro Evandro Matté destacou a relevância da cultura alemã na história da música de concerto, mencionando a contribuição dos alemães na criação da Ospa. “Entre os maiores compositores da história, sempre teremos vários alemães. A estruturação da nossa sinfônica contou com a participação de grupos alemães residentes em Porto Alegre”, explicou Matté.

O presidente da Comissão Oficial do Bicentenário, Rafael Gessinger, também ressaltou a importância do evento. Para ele, o repertório escolhido pela Ospa reflete a cooperação e a força resiliente dos imigrantes. “A Sétima de Beethoven se tornou, depois da enchente, o hino sem letra do bicentenário. Ela nos convida a refletir sobre a fragilidade da vida humana, apoiando-se no amor e na fraternidade”, afirmou Gessinger. As comemorações do bicentenário incluem mais de 120 eventos em cerca de cem municípios gaúchos, abrangendo concertos, apresentações culturais e inaugurações de monumentos.