O Preço da Ideologização no Brasil: Perdendo Para Nós Mesmos

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Brasil é um país com imenso potencial. Produzimos alimentos, energia, minerais, tecnologia, cultura e inovação. Somos ricos em recursos naturais, diversidade humana e oportunidades. No entanto, apesar de tantas vantagens, seguimos tropeçando em nosso próprio caminho. O motivo? A ideologização excessiva, que coloca interesses partidários e disputas eleitorais acima do pragmatismo necessário para promover o crescimento nacional.

Em um mundo cada vez mais competitivo, o Brasil insiste em se perder em brigas incompreensíveis, alimentadas por divisões políticas que não agregam valor ao debate público. Em vez de nos unirmos em torno de objetivos comuns — como gerar empregos, melhorar a educação, fortalecer a saúde e criar um ambiente de negócios robusto —, desperdiçamos energia em disputas que muitas vezes têm mais a ver com ganhar eleições do que com resolver os problemas reais da população.

O pragmatismo deveria ser o norte do nosso país. Não se trata de abrir mão de valores, mas de priorizar o que importa: eficiência, resultados e progresso. Países que prosperaram no cenário global, como os tigres asiáticos, mostram que políticas públicas eficazes, focadas em educação, infraestrutura e incentivo à inovação, fazem toda a diferença. Eles deixaram de lado as divisões políticas para focar no bem comum, e o Brasil precisa aprender com esses exemplos.

Ao mesmo tempo, não podemos negligenciar os valores morais que sustentam uma sociedade saudável. A ética no setor público, o respeito às instituições e o compromisso com o bem-estar coletivo são fundamentais para um desenvolvimento sustentável. Um Brasil pragmático não é um país sem princípios; é um país que entende que valores e eficiência não são excludentes, mas complementares.

O cenário atual, em que a polarização política domina, afasta investimentos, fragmenta a sociedade e impede o avanço de reformas essenciais. Precisamos de líderes que tenham visão de longo prazo, que dialoguem com diferentes setores da sociedade e que busquem soluções que transcendam ciclos eleitorais.

O Brasil é um dos poucos países no mundo que produzem praticamente tudo o que o planeta precisa — alimentos, energia, tecnologia, cultura e inovação. Mas, em vez de explorar esse potencial, perdemos para nós mesmos, para nossas disputas internas e para a falta de uma visão clara de futuro.

É hora de virar essa página. Precisamos de um pacto pelo Brasil, baseado em pragmatismo, valores sólidos e um compromisso real com o progresso. A grandeza do nosso país está à nossa frente; cabe a nós decidir se queremos alcançá-la ou continuar reféns de disputas que nos mantêm no passado.

Se quisermos ser um exemplo de sucesso no mundo, temos que começar a ser exemplo para nós mesmos. Permanecer debatendo incessantemente entre esquerda e direita apenas nos faz perder para nós mesmos.

Jeronimo Goergen
Presidente do Instituto Liberdade Econômica (ILE)