Brasil registra aumento de 76% em incêndios florestais e enfrenta escassez hídrica

Foto: Mayangdi Inzaulgarat/Ibama

O Brasil vive um momento crítico em relação aos incêndios florestais. Nas últimas 48 horas, foram detectados mais de 2,3 mil focos, somando um total de 226,6 mil ocorrências até o último domingo (13). Os dados, divulgados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam um alarmante aumento de 76% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A Amazônia é a região mais afetada, concentrando 49,4% dos focos de incêndio. O Cerrado ocupa a segunda posição, com 32,1%. O Pantanal, apesar de representar apenas 6% do total, registrou um aumento impressionante de 1.240% em relação ao ano anterior.

Enquanto isso, um boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para chuvas intensas nas áreas do Pantanal e da Amazônia. Contudo, a previsão é de que, até dezembro, a Região Norte enfrente precipitações abaixo da média histórica, resultando em baixos níveis de umidade no solo. Nos últimos dias, o Pará registrou 466 focos de calor, enquanto Mato Grosso contabilizou 189.

Na região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, foram identificados 826 focos nos últimos dois dias. A área enfrenta alerta de baixa umidade, aumentando o risco de incêndios florestais, especialmente no sul do Maranhão e em grande parte do Piauí e centro-norte da Bahia.

Para enfrentar essa situação, o governo federal mobilizou 3.732 profissionais e disponibilizou 28 aeronaves. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que o governo está “totalmente mobilizado” para apoiar os estados afetados. “Estamos constantemente monitorando e avaliando os casos e mantemos uma Sala de Situação para discutir ações emergenciais diante das mudanças climáticas”, declarou.

Além disso, a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA) anunciou situação de escassez hídrica em diversos rios, como Madeira, Purus, Tapajós e Xingú, e em toda a região hidrográfica do Paraguai, no Pantanal. A diminuição das águas tem isolado comunidades na Amazônia, e o Rio Paraguai registrou uma mínima histórica, superando o recorde de 1964 em Ladário, Mato Grosso do Sul.