Uma nova linhagem do Sars-CoV-2, chamada XEC e pertencente à variante Ômicron, foi identificada no Brasil. A linhagem foi detectada em pacientes do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, conforme informou o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O primeiro caso no país foi registrado em setembro, no Rio de Janeiro, em dois pacientes diagnosticados com Covid-19.
A variante XEC, classificada como “sob monitoramento” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final de setembro, já foi identificada em pelo menos 35 países. A linhagem começou a se espalhar em meados de 2024, com aumento de casos principalmente na Alemanha. Desde então, a cepa tem se disseminado pela Europa, Américas, Ásia e Oceania.
A XEC possui mutações que podem torná-la mais transmissível, como destacou a pesquisadora Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC. “Em outros países, essa variante tem apresentado sinais de maior transmissibilidade. No entanto, é preciso observar como ela se comportará no Brasil, já que a imunidade da população pode variar entre países”, afirmou a virologista.
No Brasil, a detecção da XEC foi possível graças a uma vigilância genômica intensificada entre agosto e setembro, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Apesar da presença da nova linhagem, a variante JN.1 continua sendo predominante no país.
Embora a chegada da XEC tenha sido registrada, dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Infogripe, da Fiocruz, não indicam aumento significativo nos casos de Covid-19 na cidade. Entretanto, especialistas reforçam a importância de manter a vigilância genômica para monitorar o impacto dessa nova variante e outras possíveis mutações do vírus.
A próxima reunião da OMS para discutir a formulação de vacinas contra a Covid-19, que leva em conta as linhagens em circulação, está marcada para dezembro deste ano.
