Sábado, 7 de setembro de 2024

Taxa de juros do cartão de crédito rotativo sobe em junho, diz Banco Central

Foto: rupixen/Pixabey

A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo para famílias subiu 7,1 pontos percentuais, de 422,4% ao ano em maio para 429,5% ao ano em junho, segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta sexta-feira (26). Nos últimos 12 meses, houve uma queda de 6,3 pontos percentuais.

O crédito rotativo é acionado quando o consumidor paga menos que o valor total da fatura do cartão, gerando um empréstimo com juros sobre o saldo devedor. Este tipo de crédito possui as taxas mais elevadas do mercado. Desde janeiro deste ano, uma lei limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, mas essa medida não afetou as taxas pactuadas na concessão do crédito, impactando apenas novos financiamentos.

Após os 30 dias iniciais do rotativo, as dívidas são parceladas pelas instituições financeiras. Em junho, os juros do cartão de crédito parcelado caíram 5,4 pontos percentuais no mês e 15,6 pontos percentuais em 12 meses, para 180,5% ao ano.

No crédito pessoal não consignado, houve uma queda de 6 pontos percentuais, chegando a 87,8% ao ano. Em contrapartida, o cheque especial teve um aumento de 3,1 pontos percentuais, atingindo 135% ao ano. Com isso, a taxa média de juros para crédito com recursos livres às pessoas físicas caiu para 51,7% ao ano, uma redução de 0,7 ponto percentual no mês e 7,4 pontos percentuais em 12 meses.

Para empresas, a taxa média de juros foi de 20,9% ao ano em junho, com um aumento mensal de 0,3 ponto percentual e uma redução de 1,9 ponto percentual em 12 meses. As modalidades de cheque especial, capital de giro com prazo superior a 365 dias e cartão de crédito parcelado apresentaram altas mensais significativas, enquanto o cartão de crédito rotativo e o desconto de duplicatas e recebíveis registraram quedas.

Considerando pessoas físicas e jurídicas, a taxa média de juros totalizou 39,6% ao ano em junho, uma diminuição de 0,3 ponto percentual no mês e de 4,6 pontos percentuais em 12 meses.

No crédito direcionado, onde as regras são definidas pelo governo, a taxa média para pessoas físicas ficou em 10,1% ao ano em junho, um aumento de 0,2 ponto percentual no mês e uma queda de 1,6 ponto percentual em 12 meses. Para empresas, a taxa subiu para 12,4% ao ano, um aumento de 0,6 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual em 12 meses. No geral, a taxa média do crédito direcionado ficou em 10,6% ao ano no mês passado.

A taxa média de juros das concessões de crédito, considerando todos os segmentos, caiu para 27,86% ao ano em junho, uma redução de 0,42 ponto percentual no mês e de 3,8 pontos percentuais em 12 meses. O pico dos juros foi registrado em maio do ano passado, quando alcançou 32,2% ao ano.

Este comportamento dos juros ocorre em um contexto de reduções da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, usada pelo BC para controlar a inflação. Após sete cortes consecutivos, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 10,5% ao ano devido à alta do dólar e incertezas econômicas.

O volume total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 585,9 bilhões em junho, um aumento de 2,4% no mês e 9,3% em 12 meses. O estoque de empréstimos dos bancos alcançou R$ 6,018 trilhões, um crescimento de 1,2% em relação a maio e de 9,9% em 12 meses.

A inadimplência das famílias, considerando atrasos acima de 90 dias, permaneceu estável em 3,2% em junho. O endividamento das famílias ficou em 47,5% em maio, enquanto o comprometimento da renda foi de 25,7%. Esses indicadores são calculados com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE.