Dia do Orgulho LGBTQIAPN+

Nesta sexta (28) é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+.

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A data escolhida se deve ao ocorrido nesse mesmo dia, em 1969, quando mulheres trans, gays, lésbicas e outros membros da comunidade se revoltaram com a violência policial, em um bar de Nova York, no episódio que ficou conhecido como a rebelião de Stonewall Inn.

Mas porque tantas letras em uma sigla?

Cada letra representa uma identidade de gênero como uma forma de incluir todas as pessoas que não se identificam como heterossexuais ou cisgêneros. Essas siglas são importantes para que tenhamos direitos, inclusão e representatividade perante a sociedade.

Veja qual o significado de cada letra da sigla LGBTQIAPN+ 🏳️‍🌈

  • L-Lésbica: Mulheres atraídas afetivamente e sexualmente por mulheres
  • G-Gay: Homens atraídos afetivamente e sexualmente por homens
  • B-Bissexual: Pessoas atraídas afetivamente e sexualmente por pessoas de qualquer gênero
  • T-Transexual: Não se refere a uma orientação sexual como as anteriores e sim com uma afirmação de gênero – uma pessoa trans é aquela que não se identifica com o sexo imposto no nascimento
  • Q-Queer: Qualquer pessoa que não se encaixa nos padrões heterocisnormativos, da cisgeneridade e da heterossexualidade
  • I-Intersexo: Pessoas que nascem com características biológicas que são entendidas como masculinas e femininas. Essas características, genitálias e cromossômicas, podem ser identificadas no nascimento do individuo ou na puberdade
  • A-Assexual: Pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas
  • P-Pansexual: Pessoas que se sentem atraídas afetivamente e sexualmente por todas as identidades de gênero.
  • N-Não Binárie: Pessoas que não se identificam com gênero masculino e feminino, podendo se identificar com os dois ou nenhum.

Lembrando que heterossexual é uma identidade de gênero, uma identificação que garante todos os direitos que muitos de nós LGBTQIAPN+ ainda estamos conquistando.
Em uma sociedade exclusiva, se ouve muito a frase “pra que tanta sigla se todos humanos” mas se lê diariamente nos jornais e se assiste na TV casos de LGBTQIAPN+ assassinados por puro preconceito e ódio, fica claro que o lado humano ainda está adormecido, e sairmos das sombras e irmos a luta garantindo nosso espaço é sim um ato mais do que político: é um ato HUMANO!

Um dos exemplos que uso muito sobre a necessidade das siglas:

Homens trans, que possuem órgão sexual feminino, que direitos eles possuem dentro da saúde? Qual o acompanhamento que recebem para continuarem tendo sua identidade de gênero garantida? Precisamos sim debater e mostrar para a sociedade a nossa pluralidade, pois existem muitos casos (como aconteceu comigo) de viver numa família preconceituosa e que após eu me assumir buscaram o conhecimento e tiveram o entendimento necessário pra abraçar e respeitar todas pessoas.

Você não precisa ser uma pessoa LGBTQIAPN+ para lutar pelo bem dos demais, basta ser humano!

Dica extra:

Serviço da Feevale oferece acolhimento em saúde a pessoas trans

Um serviço de orientação e acolhimento integral à pessoa transgênero, sem custo para o paciente, é oferecido pela Universidade Feevale através do projeto Tris – Transgênero, Integralidade e Saúde. Criada pelos professores Eduardo Camargo (endocrinologista) e Ricardo Lugon Arantes (psiquiatra), do curso de Medicina da Instituição, a iniciativa presta atendimentos a pacientes trans de todas as idades – nas áreas de psiquiatria, ginecologia e endocrinologia -, para terapia de afirmação de gênero e tratamento hormonal.

O público-alvo são pessoas que buscam a afirmação de gênero, ou seja, aquelas que possuem um gênero de nascimento ao qual não estão adequadas. “São pessoas que querem uma adequação para um gênero oposto ou, ainda, um gênero neutro. Fazemos um acompanhamento e uma avaliação e, para os casos que têm indicação, administramos a terapia hormonal cruzada, seguindo todos os preceitos de embasamento científico e de legislação brasileira”, explica Camargo, informando que, no caso de homem transgênero, é utilizada a testosterona; no caso de mulher transgênero, usa-se estradiol, estrogênio e um anti-hormônio masculino.

Para o professor, o que torna o projeto tão significativo para os cerca de 180 pacientes que já passaram pelo serviço, é o fato de que não existe, nas regiões do Vale do Sinos e Encosta da Serra, um serviço de referência em atendimento a pessoas trans. “Na nossa região, somos pioneiros nesse ambulatório, que tem mais uma particularidade: é um dos únicos que conta com participação de estudantes de Medicina, prestando atendimentos e conhecendo as demandas dessa população, que são bem importantes”, destaca. O docente frisa, ainda, que um atendimento técnico e humanizado é essencial, principalmente no caso de pessoas que, muitas vezes, não têm acesso a serviços de saúde especializados e acabam buscam a automedicação.

O projeto Tris atende com horário marcado, todas as segundas-feiras, das 8h às 12h, no Centro Integrado de Especialidades em Saúde da Feevale (Rua Rubem Berta, 200, Novo Hamburgo). São aceitos encaminhamentos, via Sistema Único de Saúde (SUS) e secretarias de Saúde de todos os municípios da região. O serviço não gera custos para o paciente. Mais informações sobre o atendimento podem ser solicitadas pelo e-mail [email protected].

Douglas Barcelos: instagram.com/douglasbarcelos